Parto e poder

a supressão do empoderamento feminino na história obstétrica

Autores

  • Ralliny Soares Rocha dos santos UNEB - PPGEcoH https://orcid.org/0000-0002-1171-3909
  • Wbaneide Martins de Andrade Universidade do Estado da Bahia
  • Carlos Alberto Carlos Alberto Batista Santos Universidade do Estado da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.31416/rsdv.v11i3.549

Palavras-chave:

História do parto, Medicalização do parto, Autonomia feminina, Parteiras, Intervenção médica

Resumo

O papel e a relevância da mulher na formação da sociedade são frequentemente ofuscados pela presença de uma narrativa patriarcal. Esse apagamento, que é evidente em várias áreas de atuação, como trabalho, educação e política, também se faz presente em histórias específicas das próprias mulheres, como o ciclo de gestação, parto e pós-parto. A partir desse cenário, este trabalho busca traçar uma linha do tempo na história do parto, pontuando o papel da mulher nessa narrativa, examinando como seu lugar foi suplantado pela presença masculina, representada principalmente pela entrada dos médicos na cena de nascimentos. Por meio de uma revisão narrativa, apresenta-se importantes marcos históricos do controle social sobre o corpo feminino, como a descrença por décadas na sua capacidade fisiológica de parir sem intervenções, a epidemia de cesáreas e a recente mudança de consciência em saúde, onde as mulheres estão novamente sendo incentivadas ao parto natural, como melhor escolha, mas não estão sendo preparadas para isso. Por fim, aponta para a importância da preservação do saber tradicional feminino sobre o cuidado como forma de resistência à essa supressão social, a necessidade urgente de uma educação para saúde que prepare física e psicologicamente essas mulheres, assim como equipes capacitadas e humanizadas para condução desses momentos.

Biografia do Autor

Wbaneide Martins de Andrade, Universidade do Estado da Bahia

Bióloga / Etnobióloga, Doutora em Etnobiologia e Conservação da Natureza (UFRPE), Atua na área de Botânica, Etnobotânica, Etnoecologia e Conservação da Biodiversidade com ênfase na flora e vegetação da caatinga. Atualmente é professora adjunta da Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Educação. Docente do Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental da UNEB. Vice-líder do Grupo de Pesquisa em Etnobiologia e Conservação dos Recursos Naturais (UNEB), Pesquisadora do Centro de Pesquisas em Etnicidades, Movimentos Sociais e Educação OPARÁ- UNEB.

Carlos Alberto Carlos Alberto Batista Santos, Universidade do Estado da Bahia

Biólogo/Etnobiólogo, Mestre em Zoologia (UESC), Doutor em Etnobiologia e Conservação da Natureza (UFRPE), Atua na área de Zoologia, Conservação da Biodiversidade, Etnozoologia e Etnoecologia. Professor da Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais. Docente do Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental DTCS/UNEB (http://www.ppgecoh.uneb.br/). Lider do Grupo de Pesquisa em Etnobiologia e Conservação dos Recursos Naturais (UNEB) (https://grupodepesquisaetnobiologia.wordpress.com/), Pesquisador do OPARÁ: Centro de Pesquisas em Etnicidades, Movimentos Sociais e Educação (UNEB) (https://www.oparauneb.com/). Google acadêmico (https://scholar.google.com.br/citations?user=eNOVStEAAAAJ&hl=pt-BR), Research Gate: https://www.researchgate.net/profile/Carlos-Santos-116, Academia Edu: (https://independent.academia.edu/carlosalbertobatistasantos). Orcid: https://orcid.org/0000-0002-2049-5237. Reside em Petrolina, Pernambuco.

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Publicado

2023-12-29

Como Citar

SOARES ROCHA DOS SANTOS, R.; MARTINS DE ANDRADE, W.; CARLOS ALBERTO BATISTA SANTOS, C. A. Parto e poder: a supressão do empoderamento feminino na história obstétrica. Revista Semiárido De Visu, [S. l.], v. 11, n. 3, p. 592–603, 2023. DOI: 10.31416/rsdv.v11i3.549. Disponível em: https://semiaridodevisu.ifsertao-pe.edu.br/index.php/rsdv/article/view/549. Acesso em: 26 dez. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde - Artigos