Da formação do homem e do cidadão no "Emílio" de Rousseau
DOI:
https://doi.org/10.31416/rsdv.v13i1.1162Palavras-chave:
Educação, Filosofia da educação, ÉmileResumo
O livro Emílio, Ou Da Educação, de Jean-Jacques Rousseau, instituiu um paradigma revolucionário e contrário àquele que vigorava então nos campos da filosofia e da pedagogia. A educação tradicional objetiva formar, quase exclusivamente, o cidadão, isto é, um ser humano destinado à vida em sociedade e àquilo que essa espera dele. Com isso, relega-se ao segundo plano a formação do ser humano como animal, como ser que pensa, age e vive conforme parâmetros naturais que consideram somente a utilidade, o bem-estar, a satisfação das necessidades fundamentais à manutenção da vida e o amor de si. Para Rousseau, a educação do ser humano como animal, na qual se evidencia a educação da natureza, deve anteceder aquela que visa formar o cidadão e que ele chamou de educação dos homens. Nessas duas perspectivas de formação humana Rousseau enxergou uma contradição que é a raiz de grande parte dos sofrimentos que advêm, para nós, da vida em sociedade; tal contradição reside no fato de que é impossível formar, ao mesmo tempo e num mesmo indivíduo, um homem e um cidadão, um ser humano capaz de viver bem consigo mesmo e com outrem, numa cidade. Nosso objetivo, neste artigo, é elucidar os aspectos concernentes à formação do homem e do cidadão à luz do “Emílio” de Rousseau. Faremos isso através de uma análise qualitativa da teoria pedagógica que Rousseau apresenta nesse livro, e concluiremos explicitando a necessidade de que a educação deve formar adequadamente o homem e o cidadão.
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