Nietzsche e Belchior, um improvável encontro entre o martelo e a faca.
DOI:
https://doi.org/10.31416/cacto.v1i2.284Palabras clave:
Nietzsche; Belchior; Arte; Vida.Resumen
O objetivo deste trabalho é tecer algumas considerações aproximando a obra do poeta compositor cearense Belchior à filosofia de Friedrich Nietzsche, além de promover uma livre interação entre as biografias destes dois espíritos libertários. Pretendo também demonstrar que a obra de Belchior se harmoniza com o pensamento de Nietzsche em muitos aspectos de sua produção poética. Com a finalidade de esclarecer estes comentários, abordarei resumidamente alguns conceitos da filosofia nietzschiana para ampliar a compreensão dos assuntos aqui apresentados.
No aforismo 299 de A Gaia Ciência Nietzsche comenta que com os artistas aprendemos a tornar as coisas belas e aparentes, e conclama seus leitores a serem mais do que os artistas, serem poetas-autores de suas próprias vidas. O trovador cearense Belchior, que fez de sua vida uma extensão de sua arte, afirmou em uma entrevista histórica no antigo jornal Pasquim (recomendo fortemente a leitura) que “A arte é o poder da fecundidade e o Poder é o poder da esterilidade”. Pretendo apresentar neste ensaio um quadro demonstrando que ambos foram filósofos e artistas que fizeram de sua própria vida uma obra de arte.
Citas
NIETZSCHE, Friedrich – O Nascimento da Tragédia ou Helenismo e Pessimismo. Tradução J. Guinsburg. Cia das Letras, SP, 1992.
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Artigos
ROSSETTI, Regina & Paula Cristina. Nietzsche e Belchior: muito além do bigode. Revista Sonora, 2017, vol.6 nº12.
SILVA, Gislaine Maria. Era uma vez um homem e o seu tempo: aspectos éticos e estéticos na lírica de Belchior - Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, nr. 27, 2006 dialnet.unirioja.es
Outros
- Entrevista de Belchior ao jornal O Pasquim nº 22, de 1982, disponível em http://taratitaragua.blogspot.com/2013/01/entrevista-de-belchior-ao-jornal-o.html